como falamos no congresso, começaremos a colocar aqui algumas impressões, comunhões e experiências que chegam no nosso email para podermos ser cada vez mais um corpo só e assim vivermos umas pelas outras!
Vamos começar com uma comunhão muito profunda que chegou da Paulinha de Bauru:
Oi Gen!
Como vão?
Acabei de chegar do Congresso.
Fiz uma comunhão com as gen da minha região no congresso e achei que seria legal mandar pra vocês também, também pra doar pra vocês, um pouco de mim.
Então... faz muito tempo que eu venho tentando entender o que é a Música na minha vida. Se eu simplesmente toco por tocar, pelo prazer de tocar, ou se tem "algo a mais", um outro motivo.
Se fosse só pelo prazer de tocar, não valeria à pena, pois seria algo que me faria bem, mas que seria para minha satifação própria, o que eu acho que seria um ato meio egoísta.
Mas ai, depois de muito pensar, eu percebi que a Música é uma das maiores manifestações divinas.
A gente sabe que Deus existe, sentimos a presença Dele, mas não O vemos. E com a Música também é assim, ninguém vê uma nota pelo ar, vemos o instrumento, o músico, a escrita musical, mas não a nota em si. Sabemos que a música está ali, porque a sentimos, ela provoca reações em nós. Ficamos agitados com músicas agitadas e tristes com as musicas tristes e assim por diante. E Deus, vocês sabem, provoca diversos tipos de reações.
Bom, desde então, eu sempre fiz essa comparação de tudo, com a Música. Tudo o que acontece eu comparo com algo musical.
Então desde que eu vi que Chiara tinha passado por essa fase em que ela não sentiu Deus, fiquei me perguntando, com o que eu poderia comparar essa experiência na música. De início me pereceu bem trágico.
Foi ai que eu me lembrei que na Música, nós temos as pausas, que são aqueles momentos onde a gente não toca: fica em silêncio. São aqueles momentos onde ninguém, nem quem toca, vai sentir o som.
E lembrei também que, nem sempre, a pausa dura só quatro tempos, ela pode durar páginas e páginas de uma partitura, muitos minutos de uma música, e quem sabe até, ir até o fim da partitura. E isso não é ruim, isso faz parte, isso também é a música, esse silêncio de um determinado instrumento é que deixa a música mais bonita, até poderia dizer que ele dignifica a música. E não é por que eu estou em uma pausa, e meu instrumento não toca, que eu vou sair, que eu vou abandonar... Eu continuo até o fim, mesmo estando em pausa por um longo ou curto período, e mesmo que eu não sinta, quem ouve ou vê o conjunto, sente e até se emociona, graças a este instrumento que ficou em pausa e permitiu que um outro instrumento aparecesse mai. Também nisso dá pra gente pensar que, aquele instrumento que estava em pausa, fez-se Nada pra dar lugar aos outros intrumentos naquele momento.
Essa conclusão também me fez mudar de opinião sobre essa fase em que a pessoa não sente a presença de Deus. De início eu a achava bem trágica, pois se nem Ele abandonado se consegue encontrar, então que sentido tem?
Mas, depois de entender que essa fase é como uma pausa numa música, eu entendi que é bonito também, por mais sofrido, pois eu estaria me fazendo um Nada, sendo silêncio, pra que outros se fizessem sentir. Nisso eu encontrei um sentido.
Eu toco já faz bastante tempo, e antes, quando em uma música, chegava uma parte em que eu não tocava, eu não gostava, porque parecia não ter nenhuma graça ficar simplesmente esperando a minha vez, mas ai eu comecei a ouvir e perceber que naquele momento em que eu estava em silêncio, outros instrumentos estavam tocando, e que se eu estivesse tocando também, não que fosse ficar feio, mas que não seria a mesma coisa, não passaria o mesmo sentimento que estava passando, sem o som do meu instrumento.
Então é isso, um grande beijo pra todas!
Toda Unidade!
-Paula-Bauru
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